Em seu périplo para angariar apoio para sua reeleição, a presidente
Dilma Rousseff negou nesta quarta-feira (20) que esteja fazendo
campanha.
Ela utilizou seu horário de almoço para visitar a sede
do PSD em Brasília. A sigla é presidida pelo ex-prefeito de São Paulo
Gilberto Kassab e tem o comando da pasta da Micro e Pequena Empresa com o vice-governador de São Paulo, Afif Domingos.
"A minha situação é a seguinte: eu sou presidente da República. A
minha maior afirmação em qualquer nível é governar. É essa a minha
afirmação", disse a presidente. Questionada se o apoio do PSD é
importante para o projeto de 2014, disse que a aliança é "importante
também para a governabilidade". "Eu preciso deles nesses 13 meses.
Preciso muito."
Em discurso de aproximadamente 30 minutos, Dilma fez vários
acenos aos projetos tocados pelo ministério da sigla, além de ter
ressaltado que necessita do apoio não apenas pela campanha do ano que
vem.
"Qual é o motivo desse apoio? Eu sou presidenta da República,
tenho 13 meses de governo, eu considero o melhor apoio que podem me dar é
o apoio ao governo. Porque, como presidenta, eu estou numa situação
diferenciada. Todos os demais candidatos que estão querendo a
Presidência estão fazendo campanha. Eu tenho uma obrigação: eu tenho de
governar", disse Dilma.
práticas partidárias, como aquelas que eu vejo sendo defendidas pelo PSD", disse a presidente.
Além de Kassab, a presidente foi saudada por membros do partido
como os governadores Omar Aziz (AM) e Raimundo Colombo (SC), além do
ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
Meirelles fez um discurso breve, em que elogiou o pacto
pela estabilidade fiscal, reafirmado nesta terça-feira por Dilma com
líderes partidários --o PSD estava ausente. Ele destacou a "coragem
política" de Dilma em propor o acordo e, em meio a críticas do mercado
devido à piora das contas públicas, afirmou que confia nas medidas
tomadas pelo governo. "Gostaria de dizer, realmente, nas minhas
participações pelo mundo, sempre enfatizo que o Brasil está tomando medidas para assegurar a solidez."
O presidente do PT, Rui Falcão, também falou aos presentes, mas ouviu de Kassab, em tom de brincadeira,
que eles devem discutir alianças regionais --sobretudo São Paulo. Eles
destacaram que o PSD antecipou-se ao próprio PT ao declarar apoio à
campanha presidencial de Dilma.
"Eu fico muito feliz com o apoio do PSD. Até acho que o Kassab
tem razão em querer discutir se vai aceitar o não o Rui Falcão", disse a
presidente. "Mas temos que falar sobre São Paulo", emendou Kassab.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: Folha de São Paulo
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