Transamazônica e Santarém-Cuiabá são fechadas por 500 agricultores
Cerca de 500 agricultores bloquearam, na madrugada de ontem, as rodovias BR-230 (Transamazônica) e BR-163 (Santarém-Cuiabá) à altura do Km 140 (Ponte Grande), no município de Rurópolis, no oeste do Estado do Pará. O objetivo é negociar com o governo federal as demandas da região que, segundo os manifestantes, sempre foi esquecida pelo poder público. As informações são da assessoria de imprensa do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Os agricultores exigem o asfaltamento da Transamazônica e BR-163 (no trecho de Rurópolis ao Km 30), acesso à energia elétrica, regularização fundiária e revisão das unidades de conservação que sobrepõem assentamentos já existentes, além de políticas públicas nas áreas de educação, saúde e segurança.
A ocupação da região foi incentivada pelo regime militar nas décadas de 70 e 80, sob o lema 'Integrar para não entregar'. Muitos 'colonos' de diversos Estados brasileiros foram incentivados a se instalar na área com a promessa de desenvolver a região. 'No entanto, após 30 anos, o que se vê é o completo abandono do Estado brasileiro', diz o texto da nota divulgada pelo MAB.
'Neste momento, a região vive mais um ciclo de desenvolvimento econômico impulsionado por grandes projetos do capital internacional e nacional e gerenciado pela política do governo federal, entre eles: o agronegócio e construção de portos e hidrelétricas. Como contrapartida para a população regional, no governo Lula foi criado o Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR-163, que lamentavelmente nunca saiu do papel', frisa o texto da nota.
'’As conquistas que tivemos são fruto de muita luta, de muitas pessoas que se doaram, de manifestações, então estamos retomando esse processo, reunindo os trabalhadores para começar uma nova etapa de lutas’, afirma Marcelino Lira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rurópolis. A manifestação deverá prosseguir até que seja aberto o diálogo e negociação com representantes de órgãos do governo federal e estadual. Participam da mobilização os trabalhadores organizados nos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rurópolis, Itaituba, Trairão e Aveiro, além de movimentos sociais como o MAB, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comissão Justiça e Paz e associações de agricultores', encerra a nota.
Por Edil Aranha
Fonte: O Liberal
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