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Raimunda Silva e seu esposo Figueira fizeram a denúncia na Polícia |
Com medo de morrer a qualquer momento o casal de agricultores extrativistas Raimunda Silva de Alencar e seu esposo conhecido como “Figueira”, moradores na Comunidade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, às margens do rio Tapajós, em Santarém, como último recurso procurou a 16ª Seccional da Polícia Civil, na manhã de terça-feira, 04, para denunciar uma série de ameaças de morte que vem sofrendo por parte do agricultor identificado como “Janderson”.
Raimunda, junto com seu esposo, contam que no dia 10 de novembro último durante uma pelada no campo da comunidade, foram informados de que “Janderson” estava ameaçando sua família de morte.
Ameaças: As ameaças, segundo Figueira, começaram no dia em que foi tirar açaí para um amigo que mora na beira do Tapajós. “O meu amigo mora numa comunidade lá perto e queria doar um pouco de açaí para o rapaz que havia lhe emprestado uma rabeta. Nesse dia, não chegamos a tirar nem uma lata e meia de açaí”, conta o extrativista.
No mesmo dia, de acordo com Figueira, “Janderson” mandou um recado de que se lhe pegasse no açaizal, juntamente com o seu filho, teria dado um tiro na sua cara e uma facada no seu filho. “O açaizal não fica dentro da propriedade dele, mas na beira do igarapé da comunidade, não tendo dono”, explica Figueira.
Fatos: No último domingo, por volta de 17h, Raimunda relata que juntamente com seu esposo foram para a beira do campo, na comunidade, onde se realizava um torneio de futebol amistoso; quando já estava no final do Torneio, observou “Janderson” no local e de imediato ficou sabendo das ameaças.
O extrativista Figueira garante que ficou sabendo que “Janderson” havia procurado sua tia para se despedir, dizendo que ia lhe matar, juntamente com o seu cunhado e sua esposa. “Ele disse que ia matar primeiro o meu cunhado, depois a minha esposa e, em seguida eu”, relatou Figueira: “Ele também falou que tinha gosto de enfiar a faca na barriga da minha esposa, só para ver a tripa no chão”, denuncia Figueira.
Para o extrativista, por ser complicado viver ameaçado e por ser um cidadão de 59 anos e, que nunca havia passado por uma situação parecida, sendo a primeira vez que está jurado de morte, procurou a Seccional da Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência.
Com esse relato, mais uma vez fica provado que não somente em assentamentos distantes, como também em comunidades mais próximas, ainda prevalece a Lei do mais forte. Um cenário que deve ser extinto, pois a época do coronelismo e dos senhores feudais da roça, já se acabou faz muito tempo.
Mas infeslismente no Pará sempre foi assim, as autoridades só aparecem quando os crimes tem ocorrido, mesmo já estando predatados.
“Eu peço que as nossas autoridades façam justiça, porque fica muito complicado viver ameaçado”, disse estarrecido o agricultor “Figueira”.
“Eu peço que as nossas autoridades façam justiça, porque fica muito complicado viver ameaçado”, disse estarrecido o agricultor “Figueira”.
Por Edil Aranha
Fonte: O Impacto
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