Em menos de um ano, de janeiro a 31 de outubro de 2012, o Ministério Público Federal no Pará (MPF) já abriu cerca de 700 investigações de casos corrupção no Estado. As denúncias continuam chegando e os órgãos fiscalizadores agindo, mas da abertura de uma investigação deste tipo até a prisão de um corrupto, o caminho é longo e, em muitos casos, nem se completa. A prisão de envolvidos em casos de corrupção ainda é algo raro de se ver e alimenta a sensação de impunidade. O fato foi lembrando, ontem, durante apresentação do balanço de ações de instituições públicas federais que atuam em casos de combate à corrupção.
"A prisão evita a sensação de impunidade. Necessitamos de avanços neste sentido, os processos precisam ser mais céleres", disse o procurador da República Alan Mansur, durante a divulgação do balanço, que marcou o Dia Internacional de Combate à Corrupção, a 9 de dezembro. De acordo com ele, na maioria dos casos são prefeitos e ex-prefeitos os investigados. As punições para quem é flagrado desviando recursos públicos podem ser a perda do cargo e possível impedimento de concorrer em outras eleições, por causa da Lei da Ficha Limpa; bloqueio de bens e, por último, a prisão.
No que diz respeito aos gestores públicos, a Lei da Ficha Limpa, que entrou em vigor nas últimas eleições, é a punição que chega mais rápido. Somente no Pará, mais de 200 candidatos foram impedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de concorrer nas eleições municipais deste ano porque não passaram pelo crivo da nova lei. "A lei é muito importante porque promove essa higienização da política", avaliou Mansur.
Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, Advocacia Geral da União e Polícia Federal também desenvolvem as ações em conjunto para investigar e desmontar esquemas de corrupção. Dessa articulação, de acordo com os representantes das instituições, depende a rapidez e a eficiência das operações. A maioria delas envolvem desvios de verbas da Saúde e da Educação. "A Saúde é para onde vai a maior parte dos recursos e onde há mais recursos, há mais corrupção", avaliou Mansur.
Por Edil Aranha
Fonte: O Liberal
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