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Norte Energia investe na reprodução de árvore ameaçada de extinção

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A quantidade de pesquisadores e máquinas envolvida no “transplante” de onze raríssimos exemplares de Pau Cravo no município de Vitória do Xingu mostra a importância do achado de pesquisadores ligados à Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte. O “transplante” de uma espécie vegetal acontece quando ela é removida e reimplantada em outro local. Neste caso, as árvores de Pau Cravo foram retiradas da área de construção do Canal de Derivação da Usina e transferidas para o Centro de Estudos Ambientais da Norte Energia.
Os cuidados e a catalogação da fauna e flora nessa região do Pará são aspectos de um projeto ainda maior, que tem como objetivo principal formar um Banco de Germoplasma para atender a comunidade científica de todo o planeta, num futuro próximo. Além do Pau Cravo, outras espécies ameaçadas de extinção também já foram introduzidas no Centro de Estudos Ambientais. Entre elas, castanheira, mogno e ipê. Exemplares de açaí, cacau bravo e muiracatiara também compõem o acervo.
O trabalho minucioso começou em 2008, quando pesquisadores do museu paraense Emílio Goeldi – um dos maiores centros de pesquisa natural do Norte e Nordeste do Brasil – estiveram na região realizando parte dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA). Na época, uma única árvore foi reconhecida no município de Vitória do Xingu. Coordenado pelo engenheiro florestal Bruno de Mello, o trabalho já representa achados históricos. “Não existe quase nada sobre essa planta e nós vamos contribuir para que esse banco de dados cresça”.
A operação que começou em campo, com o isolamento da mata e a retirada por completo das espécies, continua agora nos laboratórios da Norte Energia. Num espaço criado especialmente para os trabalhos de pesquisa científica, manipulação e reprodução de espécies vegetais da região, a equipe tenta iniciar o processo de reprodução do pau cravo para evitar a extinção. “Nós tentamos algumas formas de reprodução, como o próprio transplante e ramificações com galhos. Nos dois casos o cuidado é diário e a observação incansável”, explicou Bruno.
Pau Cravo – Árvore típica da floresta amazônica, o Pau Cravo também é conhecido como cravo-do-maranhão, cravo-do-pará, cravo-do-mato e canela-cravo. Durante o período colonial, foi considerada uma concorrente à altura do cravo-da-índia e, por isso, muito explorada. De porte médio, alcança até 20 metros de altura e guarda aroma semelhante ao de rosas no caule. O tronco é amarelado e muito resistente, motivos pelos quais a espécie foi bastante usada na construção de casas e barcos. Além de Vitória do Xingu, há registro de exemplares do Pau Cravo no município de Juruti, também no Pará.



Por Edil Aranha
Fonte: O Xingu

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