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Altamira: Espaço de acolhimento ou de medo?

quinta-feira, 28 de março de 2013

No início da semana, o espaço de convivência de menores - ECOM em situação de risco passou por uma situação "inusitada" depois que um adolescente tentou invadir e agredir um outro menor que estava acolhido no abrigo.

A situação só não se transformou em uma tragédia, porque os guarda municipais que tem o grupamento a pouco mais de um quarteirão do local, renderam o adolescente e o encaminharam para as autoridades. Mas antes de ser apreendido, o menino, furioso, quase arrancou o portão de ferro do ECOM.

A cena causou desespero as crianças que estão acolhidas no espaço e fizeram os funcionários se esconderem. Essa não é a primeira vez que esse tipo de situação acontece no ECOM. Funcionário afirmam que a falta de segurança é constante e que os próprios acolhidos já provocaram brigas e agressões graves a outros menores e aos funcionários.

Em 2011 e 2102 foram registrados vários casos de fugas, uma delas foi cinematográfica. Um menor de 12 anos subiu no telhado e ameaçou se jogar se não fosse liberada sua saída. Sem controle e punho para lidar com a situação, os funcionários, maioria mulheres, assistem atônitas a espera de solução.

Os problemas com o espaço são tão antigos como o próprio prédio. Hoje pintado, "passou" por uma reforma em 2012, mas aparentemente em nada mudou. Em 2010 um representante do MP e o juiz da vara da infância de Altamira foram pessoalmente conferir a situação do prédio, as cenas lamentáveis renderam reportagens em rede nacional, e mostraram crianças dormindo em colchões sujos, entulho pelos corredores e nenhuma segurança aos acolhidos.

Após o incidente desta semana, a sociedade espera que o pulso firme do novo gestor consiga lidar com a fúria juvenil (sem trocadilhos) que vem sendo registrada em Altamira. Esse é apenas um dos dezenas de casos que vão parar diariamente na delegacia da cidade, quase a totalidade, por falta de educação de qualidade, esporte, programas sociais, praças e espaços de laser e ocupação a essa parcela da população que tem energia sobrando.



Por Edil Aranha e Francisco Portela
Fonte: O Xingu

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