A Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes da Câmara Federal realizou audiência pública na tarde desta
terça-feira (05) para debater o caso de uma jovem de 16 anos que foi
abusada sexualmente em uma falsa boate localizada na cidade de Vitória
do Xingú (PA).
Durante o evento, a presidenta da CPI, deputada federal Erika Kokay
(PT-DF), ressaltou a importância de responsabilizar penalmente as
pessoas envolvidas com este tipo de prática, com o objetivo de evitar a
ocorrência deste tipo de crime.
“Para nós há uma clareza solar de que as grandes obras estão sendo
realizadas sem que haja uma preparação da estrutura do município, para
que nós asseguremos que não haja o recrudescimento da violação de
direitos e da situação de exploração sexual”, afirmou a parlamentar.
A conselheira tutelar de Altamira, Lucenilda Lima - que também
participou da discussão-, relatou como as denúncias de exploração sexual
chegaram até o Conselho Tutelar da região. “A denúncia foi feita
através de um cidadão que procurou o Conselho Tutelar no meu plantão.
Ele estava acompanhado de uma adolescente de 16 anos que teria fugido da
boate Xingu, propriedade do senhor Adão, que era usada para prostituir
as moças”, disse.
Ela informou ainda que as garotas que vinham de outros estados já
chegavam ao local com dívidas, dormiam em quartos em condições
insalubres e sofriam ameaças de morte. “Cada uma delas chegou devendo R$
3 mil. Todos os quartos em que ocorriam os programas eram pequenos, não
havia entrada e saída de ar e todas as portas fechavam só por fora.
Dentro da boate havia também um capataz armado chamado ‘Alemão’, que era
encarregado de vigiar as moças. Caso qualquer uma delas tentasse fugir,
ele era encarregado de matá-las”, denunciou.
Segundo a conselheira, o dono da boate, conhecido como Adão, a sua
esposa e o seu filho estão presos. “Temos que ter policiais e delegados
que não compactuem com essas praticas. De acordo com o depoimento das
meninas, haviam dois delegados na inauguração dessa boate. Foram os
mesmos que liberaram o alvará”, expôs Lucenilda.
A deputada federal Erika Kokay informou que a CPI realizará uma
diligência no município de Altamira e convocará alguns responsáveis pelo
caso para depor na CPI.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte. Blog Altamira Hoje
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