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Prisão de nove PMs é alvo de críticas

terça-feira, 26 de março de 2013

A Associação de Defesa dos Direitos dos Militares do Pará (Addmipa) manifestou repúdio à prisão dos nove policiais militares na última sexta-feira, 22, sob a acusação de incitação de greve e conspiração.
Para a entidade, trata-se de uma tentativa de intimidar a categoria que há quase um ano reivindica melhores condições de trabalho. Ontem, os advogados de dois dos militares anunciaram que já entraram com o pedido de habeas corpus, junto ao Tribunal de Justiça. Hoje, eles deverão pedir a revogação da prisão preventiva pedida pelo promotor de Justiça Militar Armando Brasil. Dos nove militares (entre eles uma mulher) que permanecem presos, cinco são da capital e quatro do interior, sendo que dois deles são sargentos e o restante soldado.
Os advogados da Associação dos Praças do Pará (Aspras), Martins Júnior e Arnaldo Lopes, que prestam assistência aos militares da Rotam, João Rodolfo dos Santos e Rooned Aires de Souza, ressaltaram que existem muitas falhas no processo, a começar pelo fato de que os policiais não foram comunicados que estavam sendo investigados. Tomaram conhecimento somente quando receberam a voz de prisão.
Segundo os advogados, os militares são acusados de terem cometido pelo menos cinco crimes: revolta, omissão de lealdade militar, motim, insubordinação e conspiração. Somada todas as penas para estes casos, cada um dos policiais poderia pegar até 46 anos de reclusão. “O pedido de habeas corpus foi feito para eles dois, é provável que os advogados dos demais também tenham impetrado a ação”, frisou Arnaldo Lopes. A ação foi impetrada no sábado, 23, um dia após a prisão. O advogado de defesa comentou que o julgamento deste tipo de pedido geralmente é feito às segundas-feiras.
Martins Júnior relatou que o inquérito policial militar foi aberto no último dia 18, a pedido do comandante geral da PM, coronel Daniel Mendes. “Esta prisão fere a liberdade de expressão, na qual todos têm direito. O que o militar postou não é crime”, alegou o advogado.
O promotor de Justiça Militar enfatizou que vai aguardar o recurso dos advogados para analisar e dar o parecer, que pode ser favorável ou não.
A Polícia Militar informou que a prisão dos policias também foi pedida para que houvesse celeridade nas investigações. O inquérito tem o prazo de 20 dias para ser concluído, a partir da data da prisão dos acusados.
ASSOCIAÇÃO 
De acordo com o coordenador geral da associação, José Carlos Quadros, a movimentação de reivindicação por melhores condições de trabalhos acontece há cerca de um ano. “O problema não vem de agora e a nossa manifestação é legal”, frisou. Quadros ressaltou que diversas denúncias foram protocoladas junto ao Ministério Público Militar, nas quais informavam a situação dos militares que não receberam o Kit de Segurança para trabalhar, auxílio fardamento. “Nenhum militar recebe pelo serviço extra que é imposto para todos eles, durante o círio, jogos e feriados prolongados. Os policiais são obrigados a trabalhar e não são remunerados”, queixou-se o coordenador. “O reajuste prometido no ano passado não foi pago”, afirmou Quadros.
 
 EXPLICAÇÃO
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (Psol), que participou da coletiva em apoio aos presos e à Addmipa juntamente com o vereador Cleber Rabelo (PSTU), disse que irá convocar as autoridades do Estado, em especial, o titular de Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Luiz Fernandes, para uma sessão especial onde terão de prestar explicações sobre este caso.

Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte. Diário do Para

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