Deputado Zé Maria denuncia exploração dos índios Zo’és, que são levados ao isolamento pela FUNAI.
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Deputado Zé Maria denuncia Funai |
São contundentes as denúncias recebidas pela OAB Santarém contra a FUNAI. Quem trouxe à baila as denúncias e solicita o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Ordem é o deputado estadual Zé Maria (PT/PA).
De acordo com as denúncias encaminhadas pelo Escritório Regional do
Deputado, ele foi informado que os índios Zo’é ou Poturus, considerados
isolados pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio), localizados numa área
de refúgio, entre os rios Cuminapanema e Erepecuru, no município de
Óbidos, Oeste do Pará, estão sofrendo um surto de hepatite viral do Tipo
A, tendo a SESPA realizado ação incursora na área – por meio dos
médicos Erick Jennings (Neurocirurgião) e Márcia Iasi (hepatologista) e
do Ministério da Saúde -, com 262 testes de sorologia para os tipos A,
B, C e D, tendo identificado naquela época cerca de 90 casos de hepatite
A e o restante ainda pendente.
O pior de tudo, é que a FUNAI estaria obrigando os referidos
indígenas a se manterem em “estado primitivo” para serem explorados
economicamente, considerando que essa etnia é conhecida no exterior como
um dos últimos povos primitivos ou intactos da Amazônia. Ocorre que as
‘visitas’ de equipes de canais de televisão, de antropólogos,
etno-bototânicos, jornalistas, pesquisadores e cientistas ingleses,
alemães, italianos, japoneses e de outros países, com a devida
autorização e mediante pagamento pela FUNAI – ou seus servidores -, tem
colocado os índios em situação de risco, em face da sua fragilidade
orgânica, posto que atingidos por doenças transmitidas pelos homens
brancos.
Se não bastasse, a FUNAI viria obtendo lucro com esse “turismo
internacional” há mais de 20 anos, sendo que os vídeos feitos do povo
Zo’é ou Purutus são vendidos ilegalmente em São Paulo por preços que
variam entre U$ 50 e U$ 100, inclusive uma gravação teria sido premiada
na França e no Japão.
Pelo rótulo dado pela FUNAI, qual seja, o de “índios isolados”, não
podem manter contato com outros povos, entretanto, há reportagens
noticiando que desde 1989, quando foram descobertos, que registra “… um
grande fluxo de estrangeiros naquela área que ali gravam, reproduzem e
vendem imagens no Brasil e no exterior a preços exorbitantes. Enquanto
isso, os índios não têm acesso a bens de consumo tais como mosquiteiros e
redes, além de conviverem com a gripe, malária, e atualmente hepatite
na região da aldeia que, sem tratamento adequado poderão perecer em
breve.
A situação descortinada é objeto de morosos e intermináveis
procedimentos administrativos instaurados pela Polícia Federal e pelo
Ministério Público Federal desde o ano de 2000, sem nada conclusivo ou
que alguém tenha sido efetivamente punido e o governo federal
responsabilizado. Atualmente a Portaria nº 48, de 31.08.2013, do
Ministério Público Federal, em decorrência de denúncias feitas pelo
Instituto Americano de Culturas Indígenas do Brasil (IACIB) contra a
FUNAI, que estaria flagrantemente violando inúmeros dispositivos legais
em relação ao tratamento dispensado aos Zo’é ou Purutus.
O deputado Zé Maria pede providências da OAB Santarém, através da sua
Comissão de Direitos Humanos, adote as providências necessárias para
apurar a questão, inclusive se coloca à disposição para ajudar a Ordem
para cooperar na apuração e à disposição da etnia no que for necessário.
Em contato com nossa reportagem, o presidente da Subseção da OAB de
Santarém, Dr. Ubirajara Bentes Filho, informou que já está tomando todas
as providências para que a denúncia seja apurada, inclusive já
encaminhou a denúncia ao presidente da Ordem no Pará, Dr. Jarbas
Vasconcelos.
Com informações do Jornal o impacto
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