O clima voltou a ficar tenso, ontem, no antigo garimpo de Serra Pelada,
onde a Colossus Mineral está implantando uma mina subterrânea para
extração de ouro, em parceria com a cooperativa dos garimpeiros. Por
volta de meio dia, um grupo de aproximadamente 200 pessoas marchou para a
frente do projeto e lá montou acampamento. Pela estrutura implantada no
local, ficou evidente o propósito do grupo de pernoitar e ali
permanecer, por tempo ainda indeterminado.
Em difícil negociação, foi explicado que o sistema de geração de energia e bombeamento não poderia, em nenhuma hipótese, ter interrompida a sua operação, situação que poderia até mesmo provocar o desmoronamento do túnel de acesso à mina. Ao final das conversações, o grupo permitiu a troca de turno de 40 homens para manutenção das atividades de preservação mínima da estrutura física.
Os próprios “visitantes”, porém, já deixaram claro que isso é só o começo. Na conversa que tiveram ontem com a direção da empresa, eles informaram que há pelo menos vinte ônibus a caminho do local. O clima de conflito causado pelos manifestantes cria um ambiente hostil para os trabalhadores e causa insegurança aos moradores da vila.
IMAGEM
O presidente do Simineral informou, com base em informações recebidas de Curionópolis, que situações de conflito, como as que voltam a ocorrer agora, sempre causados por litígios entre os diversos grupos de garimpeiros que disputam o poder na Coomigasp, fragilizou enormemente, no mercado financeiro internacional, a imagem do modelo de parceria adotado no antigo garimpo.
“A falta de credibilidade do mercado no modelo de negócio dificulta e inviabiliza a captação de recursos financeiros para investimentos no projeto em Serra Pelada”, afirmou ontem à noite José Fernando Gomes Júnior. Ele defendeu também a interveniência urgente do poder público, em suas três esferas de poder, para permitir a retomada das atividades no projeto. “É preciso que se garanta um ambiente pacífico para os trabalhadores e a comunidade local”, acrescentou.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: (Diário do Pará)
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