Muitos atuam como professores da rede municipal e estudam na UFPA.
Eles pedem melhor estrutura e apoio das prefeituras municipais.
Estudantes de 14 municípios das regiões Transamazônica e Xingu reclamam das condições de ensino nos cursos de nível superior ministrados pelo Plano Nacional de Formação de Professores na Educação Básica (Parfor). Muitos deles já atuam como professores da rede municipal e estudam na Universidade Federal do Pará (UFPa) em Altamira, durante o período de férias escolares.
Os manifestantes protestaram na rua de acesso ao campus da
universidade, em Altamira, e reclamaram do espaço que foi destinado para
as aulas. Segundo eles, as salas ficam em uma escola pública, mas o
local não seria adequado.
“Nós não temos boas salas de aula, não temos apoio de material
didático, de limpeza, não temos apoio de nada. Nossos banheiros são
imundos e nós queremos melhoria, pra que nós possamos ter uma educação
de qualidade e transmitir essa educação nos nossos municípios”, conta
Marcos Gama.
Os estudantes de outros municípios, que já atuam na rede pública de
ensino querem apoio das prefeituras para custear as despesas de moradia e
alimentação em Altamira. Eles alegam que não possuem condições de pagar
os aluguéis que estão cada vez mais caros na cidade.
“Eles estão sendo qualificados aqui e não podem retribuir aos seus
municípios porque estão sendo distratados. Precisam se manter por ajuda
de colegas, familiares e parceiros, porque não há bolsa. Falaram que
haveria uma bolsa para os estudantes, mas até agora, não apareceu. As
escolas não têm condições de acessibilidade e permanência lá. Está
abaixo do padrão do MEC. Não temos ferramentas tecnológicas pra fazer um
bom trabalho”, afirma Valdinei Mendes.
Os universitários que paralisaram as atividades em sala de aula também
pedem uma reunião no próximo dia 17 de junho, com representantes da
UFPa, da coordenação do Parfor, além das prefeituras da região e
Ministério Público Federal (MPF).
“A princípio, nós contamos com a intervenção do MPF para solicitar a
sindicância de todo o recurso alocado para UFPa. Nós ainda contamos com o
Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria Pública para também
abrir uma sindicância de todo esse financiamento dos cursos do Parfor,
pra gente saber o que está acontecendo e o porquê dessa ingestão do
recurso destinado pra educação”, frisa Gilson Curuaia.
A coordenação do campus universitário de Altamira diz que já
providenciou as salas no prédio da UFPa para acomodar os estudantes a
partir desta terça-feira (9). A assessoria do Parfor informou que as
despesas com alimentação e moradia devem ser negociadas com cada
prefeitura e disse que vai encaminhar o pedido de reunião feito pelos
estudantes, para a coordenação do Plano.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: G1/PA
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