Teodoro Lalor estava na capital para participar de um encontro estadual.
Vítima foi assassinada na última segunda, 19, no bairro da Cabanagem.
Uma liderança dos povos quilombolas foi morta a facadas na última segunda-feira (19) no bairro da Cabanagem, em Belém. A vítima estava na capital para participar do Encontro Estadual Quilombolas.
Teodoro Lalor de Lima reivindicava direitos de povos quilombolas. Ele
era presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo de Gurupá, no
município de Cachoeira do Arari, no Marajó.
Lalor foi esfaqueado por um homem próximo a casa de um familiar da
vítima. De acordo com os movimentos sociais que participavam do
encontro, Teodoro Lalor recebia ameaças por denunciara expropriação de
áreas quilombolas.
“A gente espera que o estado brasileiro tome um posicionamento claro
sobre isso. Porque a gente não pode deixar que esse companheiro que
perdeu a vida, virar estatística. É mais um companheiro que luta no
campo que foi assassinado e a gente sabe de várias omissões por parte do
estado que vem acontecendo”, afirma Denildo Moraes, coordenador
nacional de quilombo.
Durante a abertura do Encontro Estadual dos Quilombolas, foi feito um
minuto de silêncio, seguido de aplausos, em homenagem a Teodoro. Os
movimentos sociais pedem apuração rigorosa do crime.
Ameaça
De acordo com nota enviada pelo Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó (Codetem), Diocese de Ponta de Pedras e Instituto Peabiru, no último dia 13, durante audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado, em Cachoeira do Arari, Teodoro Lima havia denunciado a perseguição de fazendeiros da região à comunidade quilombola e afirmou que ficou preso por dois meses sem acusação formal, a mando de fazendeiros que se sentem prejudicados pela demarcação das terras quilombolas.
De acordo com nota enviada pelo Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó (Codetem), Diocese de Ponta de Pedras e Instituto Peabiru, no último dia 13, durante audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado, em Cachoeira do Arari, Teodoro Lima havia denunciado a perseguição de fazendeiros da região à comunidade quilombola e afirmou que ficou preso por dois meses sem acusação formal, a mando de fazendeiros que se sentem prejudicados pela demarcação das terras quilombolas.
O líder quilombola questionou também os prejuízos sofridos pelas
famílias quilombolas devido à expansão do plantio de arroz na região.
Segundo o Codetem, nesta audiência o INCRA entregou à Comunidade o
Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), passo
fundamental para o reconhecimento do território quilombola.
No Marajó, há mais de 40 comunidades e somente duas tem o RTID. A
comunidade de Cachoeira do Arari se sente ameaçada pela expansão das
monoculturas do arroz e a expansão do agronegócio.
O crime será investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. O
corpo foi liberado pelo Instituto Médico Legal, para ser enterrado no
Marajó.
Por Francisco Portela e Edil aranha
Fonte: G1/PA
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