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Médicos cubanos desembarcam sob aplausos no aeroporto do Recife

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A médica espanhola Sônia Gonzales, 38 anos, chega ao Brasil para trabalhar no Distrito Sanitário Especial Indígena Alto do Rio Negro, no Amazonas
O primeiro grupo de médicos cubanos que chega ao Brasil para  trabalhar pelo Programa Mais Médicos desembarcou às 13h55 no no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife. Depois, em Brasília, às 18h. Na capital federal, eles chegaram no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e foram recebidos pelo secretário especial da Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, pois vão atuar nas áreas indígenas. O restante do grupo chega neste domingo em Fortaleza, às 13h20, no Recife, às 16h, e em Salvador, às 18h, segundo o ministério.
Ao todo, 644 médicos, incluindo os 400 cubanos, com diploma estrangeiro chegam ao Brasil neste fim de semana. Na sexta-feira, começaram a chegar os médicos inscritos individualmente em oito capitais. Neste sábado, no Recife, eles foram recebidos com aplausos por um grupo de funcionários do Ministério da Saúde que os recepcionou cantando a marchinha carnavalesca “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga. A letra dizia “Ó Abre Alas, que os cubanos vão passar”. Eles agradeceram a acolhida do povo brasileiro.
Os profissionais cubanos fazem parte do acordo entre o ministério com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para trazer, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Eles vão atuar nas cidades que não atraírem profissionais inscritos individualmente no Mais Médicos. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu as críticas das entidades médicas que questionam a formação médica dos profissionais cubanos.

– Neste sábado e domingo chegam 400 médicos cubanos muito experientes e 86% deles têm mais de 16 anos de experiência em missões internacionais. Chegam para os 701 municípios que nenhum médico brasileiro ou estrangeiro escolheu individualmente. O ministério vai acompanhar a qualidade dos médicos cubanos. Por isso que nós exigimos que sejam médicos experientes, todos eles têm especialização em medicina da família e outros programas de pós-graduação – disse Padilha.
Vocação
Assim que desembarcaram no Recife, os médicos cubanos disseram que vieram (ao Brasil) “por solidariedade, e não por dinheiro”.
– Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo – afirmou o médico de família Nélson Rodríguez, de 45 anos.
Rodriguez disse que a atuação dos profissionais no Brasil seguirá as ações executados em países como Haiti e Venezuela, onde já trabalhou.
– O sistema de saúde no Brasil é mais desenvolvido que nesses outros países que visitamos, então poderemos fazer um trabalho até melhor na saúde básica – afirmou.
À imprensa, outros médicos que deram entrevistas concordaram com o colega. Todos eles falaram “portunhol” – afirmaram que tiveram contato com o português quando trabalharam na África ou por terem amigos que já trabalharam no continente.
 A médica Natacha Sánchez, de 44 anos, que trabalhou em missões médicas na Nicarágua e na África, disse que os cubanos estão preparados para o trabalho em locais com “condições críticas” e querem trabalhar em conjunto com os médicos brasileiros. Ela desconhece as críticas feitas pelo Conselho Federal de Medicina ao programa Mais Médicos.



Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: Correio do Brasil

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