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A médica espanhola Sônia Gonzales, 38 anos, chega ao Brasil para trabalhar no Distrito Sanitário Especial Indígena Alto do Rio Negro, no Amazonas |
O primeiro grupo de médicos cubanos que chega ao Brasil para trabalhar pelo Programa Mais Médicos
desembarcou às 13h55 no no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no
Recife. Depois, em Brasília, às 18h. Na capital federal, eles chegaram
no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e foram recebidos pelo
secretário especial da Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Antônio
Alves, pois vão atuar nas áreas indígenas. O restante do grupo chega
neste domingo em Fortaleza, às 13h20, no Recife, às 16h, e em Salvador,
às 18h, segundo o ministério.
Ao todo, 644 médicos, incluindo os 400 cubanos, com diploma
estrangeiro chegam ao Brasil neste fim de semana. Na sexta-feira,
começaram a chegar os médicos inscritos individualmente em oito
capitais. Neste sábado, no Recife, eles foram recebidos com aplausos por
um grupo de funcionários do Ministério da Saúde que os recepcionou
cantando a marchinha carnavalesca “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga. A
letra dizia “Ó Abre Alas, que os cubanos vão passar”. Eles agradeceram a
acolhida do povo brasileiro.
Os profissionais cubanos fazem parte do acordo entre o ministério com
a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para trazer, até o final do
ano, 4 mil médicos cubanos. Eles vão atuar nas cidades que não atraírem
profissionais inscritos individualmente no Mais Médicos. O ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, rebateu as críticas das entidades médicas que
questionam a formação médica dos profissionais cubanos.
– Neste sábado e domingo chegam 400 médicos cubanos muito experientes e
86% deles têm mais de 16 anos de experiência em missões internacionais.
Chegam para os 701 municípios que nenhum médico brasileiro ou
estrangeiro escolheu individualmente. O ministério vai acompanhar a
qualidade dos médicos cubanos. Por isso que nós exigimos que sejam
médicos experientes, todos eles têm especialização em medicina da
família e outros programas de pós-graduação – disse Padilha.
Vocação
Assim que desembarcaram no Recife, os médicos cubanos disseram que vieram (ao Brasil) “por solidariedade, e não por dinheiro”.
– Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos
porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem
em nenhum lugar do mundo – afirmou o médico de família Nélson Rodríguez,
de 45 anos.
Rodriguez disse que a atuação dos profissionais no Brasil seguirá as
ações executados em países como Haiti e Venezuela, onde já trabalhou.
– O sistema de saúde no Brasil é mais desenvolvido que nesses outros
países que visitamos, então poderemos fazer um trabalho até melhor na
saúde básica – afirmou.
À imprensa, outros médicos que deram entrevistas concordaram com o
colega. Todos eles falaram “portunhol” – afirmaram que tiveram contato
com o português quando trabalharam na África ou por terem amigos que já
trabalharam no continente.
A médica Natacha Sánchez, de 44 anos, que trabalhou em missões médicas
na Nicarágua e na África, disse que os cubanos estão preparados para o
trabalho em locais com “condições críticas” e querem trabalhar em
conjunto com os médicos brasileiros. Ela desconhece as críticas feitas
pelo Conselho Federal de Medicina ao programa Mais Médicos.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: Correio do Brasil
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