Deputado era o mais antigo da AL (Foto: Cristino Martins/Ag.Pará)
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Morreu ontem, por volta das 11h, no Rio de
Janeiro, aos 74 anos de idade - completados no dia 29 -, o deputado
estadual Gabriel Guerreiro (PV). O parlamentar passava férias na capital
carioca e faleceu no hospital Copa D’Or, em Copacabana, após sofrer um
infarto. O corpo de Guerreiro deve seguir viagem por volta das 9h de
hoje rumo a Belém, onde será velado no hall de entrada Assembleia
Legislativa. A expectativa é de que o enterro aconteça em um cemitério
localizado em Ananindeua no dia seguinte, em horário ainda não definido.
De acordo com amigos e familiares, Gabriel
Guerreiro estava acompanhado somente da esposa, Isaura, passava bem e
não deu qualquer sinal de mal estar até ontem. Ao se sentir mal, foi
levado para o hospital e chegou lúcido, mas acabou falecendo pouco tempo
depois. O presidente da AL, deputado Márcio Miranda (DEM), entende a
perda como “inestimável”. “Era o decano da casa, um homem de muita
sabedoria, com quase 40 anos de vida pública, a quem nós buscávamos em
tempos de dúvidas, de crises”, declarou.
A deputada Ana Cunha (PSDB), que também está
de férias no Rio de Janeiro, permanece ao lado da família prestando
assistência inicial.
Suplência
De acordo com o presidente do PV-PA, Zé
Carlos Lima, a vaga deixada por Guerreiro deverá ser requerida pelo
partido para ser ocupada pelo ex-vereador de Canaã dos Carajás, Mário
Alves. Embora ele seja o sexto na ordem de suplência, nenhum dos cinco
primeiros permanece filiado à sigla, o que lhe coloca em preferência.
“Quando o [Tribunal Regional Eleitoral] TRE-PA cassou o mandato do
deputado em novembro passado, nós buscamos o entendimento junto ao
próprio tribunal para entender quem seria o suplente ao cargo. Por se
tratar de um posto que pertence ao partido, e não ao candidato,
entende-se que a mesma lógica se aplica ao suplente”, detalhou Lima.
Guerreiro havia retornado às atividades na
AL em 17 de dezembro, no dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
suspendeu a cassação de seu mandato, anunciado em novembro passado.
Acusado de conduta vedada e abuso de poder econômico durante a campanha
eleitoral de 2010, depois de virem à tona ligações telefônicas entre ele
e o então secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente
(Sema), José Cláudio Cunha - em que a conversa tratava sobre a
possibilidade de celeridade na aprovação dos planos de manejo -, o TRE
entendeu a configuração ali de uma forma de compra de votos por parte do
parlamentar.
Guerreiro afirmou à época que tudo não
passara de uma “casualidade” e, ao lado de seu advogado, afirmou que
pedir celeridade em qualquer processo não se configura crime: seria
apenas um direito que lhe cabe como cidadão. “Eu não mandei aprovar, não
ordenei nada. Eu só pedi para que houvesse a liberação de um processo
que estava emperrado há bastante tempo”, defendeu-se.
Manoel Gabriel Siqueira Guerreiro nasceu em
Oriximiná, no Baixo Amazonas, e, antes da vida política, estudou
Geologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1964. Após
um ano, largou o curso e foi para São Paulo estudar Física na
Universidade de São Paulo (USP), onde também iniciaria a atuação
política nos movimentos estudantis contrários à ditadura militar, em
1964. Voltou ao Rio e para o curso de Geologia, que concluiu em 1969.
Anos mais tarde, tornou-se mestre em Geologia Econômica. Foi professor
da Universidade Federal do Pará (UFPA) durante muitos anos.
A vida legislativa começou 1982, quando foi
eleito deputado estadual pela primeira vez. Quatro anos depois,
conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, quando foi
constituinte. Geólogo de formação, ele teve significativa atuação como
titular da subcomissão do Regime da Propriedade do Subsolo e da
Atividade Econômica, da Comissão da Ordem Econômica, que tratou da
destinação dos royalties do setor mineral.
Em 1997, retornou para o Legislativo
estadual, como suplente, tendo sido reeleito em 1998. Durante outro
mandato entre os anos de 2007 e 2010, foi líder do governo de Ana Júlia
Carepa (PT) no parlamento e foi reeleito nas últimas eleições gerais,
estando então em sua sétima legislatura - isso fazia dele o político com
mais mandatos já conquistados para a AL até hoje e o mais velho
parlamentar em atividade.
Guerreiro foi também secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, entre 2003 e 2006.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: (Diário do Pará)
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