Moradores cobram até R$ 100 para tirar veículos do atoleiro. (Foto: Reprodução/TV Liberal) |
As fortes chuvas desta época do ano têm causado muitos prejuízos a
motoristas e passageiros que trafegam pela rodovia Transamazônica, no
sudeste do Pará. Atoleiros se formam em vários pontos da estrada, que
ainda não é asfaltada. Um dos trechos mais complicados fica entre os
municípios de Medicilândia e Uruará.
Nos últimos cinco dias as chuvas foram
intensas na região e a dificuldade de trafegar na rodovia ficou ainda
maior. Os veículos pesados enfrentam maior dificuldade para passar pelos
atoleiros. Um caminhão tanque, carregado com 20 mil litros de óleo, não
conseguiu passar pela lama e tombou na estrada.
Os motoristas que arriscam seguir a
viagem acabam ficando atolados. E é nessa hora que entram em ação os
moradores das margens da rodovia. Oito tratores ajudam os caminhoneiros a
tentar vencer a lama, mas segundo o agricultor Cristiano Porfírio, o
serviço não é de graça. “Caminhão grande a gente cobra R$ 100, carro
pequeno R$ 30 e caminhonete R$70”, explica o morador.
Alguns motoristas estão parados no
atoleiro há três dias e as cargas perecíveis já começam a estragar. Um
carregamento com 15 toneladas de tomate, que veio da Bahia para Santarém
corre o risco de se perder.
“Eu já liguei para o proprietário porque a
situação está difícil. Esse tomate vai ser posto em um navio no porto
de Manaus e já vai chegar com uma qualidade muito danificada”, explica o
produtor rural Ademir de Camargo.
A situação crítica das rodovias deixa os
passageiros preocupados e a longa espera prejudica quem precisa viajar
com urgência. Mulheres, crianças e idosos sofrem com a falta de comida e
água. O motorista Altemir Oliveira conta que os passageiros passam
dificuldades. “Dormem amontoados dentro do ônibus e às vezes precisam
fazer vaquinha para pagar o trator para puxar o carro”, conta.
A agricultora Maria Iris, que está
doente, teve que caminhar uma longa distância para conseguir atravessar o
atoleiro e seguir viagem para Belém. “Tem oito anos que eu faço
tratamento em Belém e é obrigado a gente ir de balsa porque não tem
estrada. Isso aqui não é de agora não, essa estrada Transamazônica aqui é
abandonada. Os agricultores sofrem demais”, afirma.
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) foi procurado, mas não respondeu as solicitações.
Postado por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: WD Notícias
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