Presidente do TJPA percorreu quatro comarcas na região de Altamira.
A presidente do Tribunal de Justiça do Pará, Luzia Nadja Guimarães Nascimento, inaugurou o fórum e instalou, nesta terça-feira (25), a Comarca de Anapu, no sudoeste do Pará. No dia anterior, ela realizou visitas técnicas aos fóruns de Medicilândia, Brasil Novo e Altamira, percorrendo durante os dois dias de programação cerca de 500 quilômetros ao longo da Transamazônica. Também fez parte da comitiva a desembargadora Vera Araújo, que atuou durante muitos anos como magistrada em Altamira.
Nas visitas aos fóruns de Medicilândia, Brasil Novo e Altamira, a
presidente esteve acompanhada do secretário de Administração, Igor
Abdon, e da diretora de Engenharia do TJPA, Selma Lobato. A equipe do
Tribunal reuniu com os juízes e servidores fez o levantamento técnico
dos principais problemas de infraestrutura nos fóruns.
Estima-se que, nos últimos três anos, a população de Altamira tenha
crescido cerca de 50%, passando de 80 mil para aproximadamente 150 mil
habitantes. Entre 2000 e 2012, a população de Anapu aumentou136,26% - a
maior taxa de crescimento observada nessa região judiciária. Do total
de processos novos em Pacajá, informou a magistrada, 410 (cerca de
24,7%) eram oriundos de Anapu. Essa demanda repercutiu na taxa de
congestionamento de processos da comarca de Pacajá. “Os dados reforçam a
necessidade de instalar uma comarca no município. Estamos aqui com
este novo fórum para dar celeridade à carga de processos”, disse a
presidente do Tribunal durante a solenidade, que reuniu autoridades
municipais da região, representantes da OAB-Pará, do Ministério Público e
lideranças de movimentos sociais.
No seu discurso, a presidente do TJPA lembrou os acontecimentos
relacionados aos conflitos fundiários, como a morte de irmã Dorothy, que
tornaram Anapu conhecida internacionalmente, “Certamente, essa não é a
imagem que a cidade gostaria de mostrar ao mundo”, lamentou a
magistrada. Ela manifestou o desejo de que “a justiça e a paz social se
tornem valores enraizados em cada jurisdicionado” e garantiu que o Poder
Judiciário “exerceu seu papel para a manutenção do entendimento, da paz
e da efetivação da Justiça”.
Para a missionária Katia Webster, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e
ligada à congregação Notredame, a mesma de irmã Dorothy, a presença do
Judiciário vai ajudar o povo a se defender. “Quando se precisa de
qualquer serviço da Justiça é preciso ir a Pacajá. Com o fórum
funcionando aqui, nosso desejo é que juiz, promotor e defensor ofereçam
respaldo para atendimento das necessidades do povo, que são muitas. Se
precisamos levar ao defensor público a situação de alunos que são
transportados em condições inadequadas ou se temos um caso de
aposentadoria, onde encontrar um defensor? Nossa esperança é que, com o
Fórum funcionando aqui em Anapu, com juiz, defensor e promotor, o povo
tenha acesso a seus direitos”, assinalou.
A implantação de novas comarcas e varas de juizados no interior paraense também está relacionada ao plano de expansão do judiciário. Em 2013, a presidente do TJPA, Luzia Nadja, encaminhou e teve aprovados pela Assembleia Legislativa projetos de lei que criam, de uma spo vez, doze varas de juizados especiais, além das comarcas de Anapu, Ipichuna do Pará, Vitória do Xingu e inhangapi.
A juíza Raquel Mesquita, que responderá pela comarca de Anapu, observou
que a distância de 80 quilômetros de Pacajá era um entrave para que a
população procurasse a Justiça. Com o judiciário presente, disse ela,
existe a sensação da presença do Estado em Anapu e do acesso efetivo à
Justiça. Segundo a magistrada, o aumento da população provocado pela
usina de Belo Monte, refletiu no aumento de processos porque os litígios
aumentaram. “A cidade não aumentou em estrutura. O que aumentou foi a
população, e isso resvala no Poder Judiciário que é que dá a última
palavra na solução dos conflitos”, enfatizou. Ela estima que o novo
Fórum já comece com cerca 1.500 processos, trazidos de Pacajá. Mas é
possível que a demanda reprimida venha a acionar ainda mais o
Judiciário.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte:
Coordenadoria de Imprensa
Texto: João Vital
Foto: TJPA / null / Ricardo Lima
Texto: João Vital
Foto: TJPA / null / Ricardo Lima
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