Distante da média nacional de 1,8 médicos
por mil habitantes, o Pará é o terceiro estado com o menor índice de
médicos do Brasil. Ganhando apenas do Maranhão e Amapá, o estado conta
apenas com 0,77 médicos por cada mil habitantes.
De acordo com secretário de Gestão Estratégica e Participação do Ministério da Saúde,
Odorico Monteiro, que esteve reunido com secretários municipais de
saúde do Norte e Nordeste na quarta Reunião da Comissão Intergestores
Tripartite (CIT) de 2013, realizada em São Luís, o Ministério
está estudando duas estratégias para solucionar o problema da falta de
médico em determinadas regiões do país. “As duas estratégias estudadas
pelo Ministério da Saúde são a validação do diploma e a autorização
específica para médicos estrangeiros atuarem no interior por um
determinado período”, apontou. “O Revalida é para o médico brasileiro
formado no exterior ou médicos estrangeiros que querem morar no Brasil. O
que queremos é uma estratégica específica para que o médico receba uma
autorização especial para atuar no interior por um determinado período. O
que temos é que discutir a estrutura do processo de validação do
diploma”.
Ainda se referindo sobre os argumentos
utilizados por muitos médicos a respeito da vinda de médicos
estrangeiros ao Brasil, o secretário muniu-se da realidade apontada pelo
balanço do déficit de médicos em todo o país. “Não estamos falando
apenas de má distribuição. Falta médico no Brasil. Dizem que é uma
questão de má distribuição e isso não é verdade porque tem cidades que
têm grande concentração de médico e, ainda assim, faltam profissionais
em algumas regiões. Dizem que falta plano de carreira, mas não é verdade
porque onde tem, também falta. Também não é verdade que falta oferta
porque, hoje, o Brasil gerou 54 mil postos de trabalho. Temos quase dois
empregos para um profissional”.
DÉFICIT
O secretário ainda salientou que o próprio Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab), outro programa de incentivo
à ida de médicos para as regiões onda há déficit de profissionais, não
foi suficiente para suprir a demanda. Quando o destaque é o Estado do
Pará, a realidade da falta de médicos é ainda mais preocupante.
Os municípios do Estado solicitaram 509
médicos por meio do Provab no último ano, porém, apenas 95 foram
encaminhados para atuar na região. “Vamos ter uma preocupação especial
com a Amazônia porque ela é a região que mais sofre com a falta de
médicos”, destacou o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em
videoconferência ao destacar que será levada em consideração o
conhecimento de doenças específicas da região no momento de ‘importação’
de médicos estrangeiros para o Estado.
O Ministério da Saúde só vai atrás de
profissionais bem formados. Teremos critérios muito claros de avaliação
desses profissionais antes de serem recrutados”, garantiu. “Não queremos
apenas trazer médicos estrangeiros para a Amazônia, queremos mais
oportunidades para que os jovens da Amazônia possam fazer medicina na
Amazônia. É possível abrir mais vagas de medicina na Região”, concluiu.
Por Francisco Portel e Edil Aranha
(Diário do Pará)
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