O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da
República, afirmou na noite desta terça-feira (4) que a segurança no canteiro
de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte será reforçada para evitar novas
ocupações de índios. Após terminar em impasse a reunião com os
índios que ocuparam o local, Carvalho reiterou que as obras vão continuar. Os
indígenas, por sua vez, não descartam novas invasões.
Hoje pela manhã tomamos providências junto à Força Nacional para
que haja de fato um reforço na segurança para que os operários possam trabalhar
e que os protestos sejam feitos de maneira democrática, mas não a tentar
inviabilizar um empreendimento que é importantíssimo para a questão energética
do país", disse Carvalho.
O ministro argumentou que a obra é legal, senão teria sido parada pela
Justiça e que cada dia de paralisação representa "prejuízo enorme".
"A obra não pode parar. Cada dia de paralisação de Belo Monte é um
prejuízo enorme a toda a nação. Nós deixamos claro para eles que aceitamos toda
forma de protesto, toda forma de divergência, agora não poderemos mais aceitar
ocupações lá naquele canteiro."
Carvalho se reuniu nesta tarde por mais de três horas e
meia com 140 índios que haviam invadido o canteiro de obras, mas o encontro terminou em
impasse.
Os índios ficaram de analisar proposta do governo de, em 20 dias,
apresentar soluções para reivindicações deles por políticas sociais.
Eles pedem a suspensão das obras de hidrelétricas na Amazônia sob o
argumento de que não houve consulta prévia aos povos indígenas, conforme
regulamentado na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
"Nós os trouxemos aqui para um diálogo, ouvimos longamente as
críticas deles, mas fomos absolutamente claros com eles dizendo que o governo
não vai abrir mão dos seus projetos. Agora, o governo fará as correções
necessárias pra fazê-lo de forma adequada, de modo a respeitar os direitos
indígenas", disse Carvalho.
A reunião fazia parte de um acordo para que eles deixassem o local
depois de nove dias de ocupação. Os indígenas, que pertencem a seis etnias do Pará
e do Mato Grosso, saíram do acampamento hoje para ir a Brasília, mas as obras,
interrompidas por razões de segurança, já haviam sido retomadas no sábado. O
governo enviou dois aviões da FAB para buscá-los. Eles ficarão em Brasília até
amanhã. Anteriormente, os índios já haviam causado a paralisação da construção
da usina por oito dias.
Por: Francisco Portela e Edil Aranha
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
0 comentários:
Postar um comentário