O juiz titular da 2ª Vara do Trabalho, Jônatas Andrade, se diz ameaçado
de morte e em comunicado enviado à desembargadora Odete de Almeida
Alves, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, onde
relatou que tanto ele, trabalhadores e advogados estariam ameaçados de
morte. O magistrado disse que tomou conhecimento das ameaças na última
terça-feira (23). O mesmo relato com as ameaças foi enviado à
Procuradoria da República e à Polícia Federal para adoção das medidas
cabíveis.
AMEAÇAS
“Entretanto, neste momento não posso sacrificar a segurança dos que comigo caminham, na vida pessoal e profissional, nem tampouco ignorar as constantes advertências que recebo há dois anos e meio de exercício da jurisdição em Marabá”, relata o magistrado.
Andrade considera temerário desta vez não dar publicidade a tais ameaças aos diversos segmentos sociais e segue recomendação da Procuradoria da República sobre a melhor forma de enfrentar e aumentar a segurança pessoal e coletiva de magistrados, servidores e familiares.
Por fim o magistrado disse contar com o apoio e compreensão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, das entidades associativas às quais é filiado.
O magistrado deve enviar o comunicado com as ameaças de morte ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Secretaria dos Direitos Humanos (SDH), da Presidência da República, pois considera que desta vez as ameaças são graves e consistentes. O magistrado Jonas Andrade pede ainda que as ameaças sejam investigadas bem como a manutenção de escolta policial para proteção - 24 horas, por tempo razoável.
SUSPEITAS
O juiz Jônatas Andrade não comenta abertamente em relação à origem das denúncias, mas a reportagem apurou que um pecuarista teria comentando, na última sexta-feira (19) em um bar de Marabá que pretendia mandar matar o juiz.
Além do juiz, outros servidores da justiça e de fora dela seriam assassinados. Um deles, o advogado Romoaldo José Oliveira da Silva, que seria patrono de uma ação trabalhista contra a empresa do pecuarista, em Rondon do Pará, seria uma das possíveis vítimas.
O pecuarista é réu em processo que tramita na 2ª Vara do Trabalho, onde o magistrado confiscou diversos bens entre caminhões, tratores e gado, a por conta de uma ação de combate ao trabalho escravo. As denúncias foram feitas por dois advogados que ouviram a conversa do pecuarista, ao juiz.
PROCESSO
Em fevereiro de 2012, operação policial coordenada pelo juiz Jônatas Andrade resultou na penhora de 18 veículos e 892 cabeças de gado de um fazendeiro e madeireiro em Rondon do Pará. A penhora de bens serviu para pagamento de dívidas trabalhistas. O montante da dívida é de R$ 3.267.525,36. Ainda segundo as informações, o montante da dívida, foi originado de direitos trabalhistas não pagos aos trabalhadores nas fazendas e serrarias do acusado.
No ano passado a 2ª Vara do Trabalho de Marabá já tinha penhorado e leiloado um terreno urbano do réu. Ele também é acusado pela morte de um sindicalista rural no município.
Por Francisco Portela
Fonte: (Diário do Pará)
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