O fraco desempenho dos índices de avaliações do Pará reflete nada mais
que a situação de abandono das políticas públicas em nosso Estado e o
baixo nível de investimento realizado pelos governos tucanos como o de
Simão Jatene, que em 2012 investiu o irrisório valor de R$ 0,33
centavos, por dia por habitante do estado, menos da metade do valor de
um picolé, fazendo com que o Pará amargasse a 25ª colocação em
investimento dentre os estados brasileiros, o terceiro pior nível de
investimentos no Brasil.
Vivendo num mundo da fantasia e como um mago da propaganda, Jatene gasta
verdadeiras fortunas em mídia eletrônica e impressa, tentando
transformar essa penosa realidade do povo paraense, principalmente o das
regiões mais carentes, como no Marajó, em fantasiosas e surrealistas
realizações de sucesso de programas como o Propaz, comandado por sua
primogênita Isabela Jatene. Áreas como saneamento básico, investimento
em educação, em saúde pública, em segurança, índices de mortalidade
infantil, transparência, incentivo a cultura são relegados a segundo
plano, dando lugar a fantasiosas realizações.
Na área da segurança pública os números são alarmantes e preocupam: o
Pará registrou 39 mortes por 100 mil habitantes em 2012, contra 37,9 em
2011. Os números integram a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança
Pública, divulgado essa semana pelo Ministério da Justiça, mostrou que
os índices de violência no Pará são crescentes a cada ano. É uma das
maiores taxas de homicídio doloso do país. O valor investido em
Segurança Pública pelo governo do Pará para cada habitante é de R$
181,41, um dos menores valores per capita entre as demais unidades da
federação. Apenas os estados do Amapá (R$ 55,32), Piauí (78,14),
Maranhão (127,08) e Ceará (171,56) investem menos que o Pará.
Nosso Estado se tornou, na última década, o campeão em assassinatos com
um aumento de 307,2% de acordo com dados do Mapa de Violência de 2013.
Nosso Estado detém ainda o dobro da média nacional de policiais cedidos a
Órgãos Públicos e menos da metade do recomendado pela ONU de policiais
por habitante, que é de um policial para cada 250 habitantes, enquanto
que aqui a média é de apenas um policial para cada 600 habitantes.
POLÍCIA
E a violência não atinge apenas o cidadão comum, mas inclusive quem
deveria cuidar das segurança pública: apenas este ano 30 policiais civis
e militares já foram mortos em serviço ou por serem reconhecidos por
integrar a corporação. Na última quinta-feira à tarde o sargento Antônio
Hélio Borges e sua esposa Feliciana Mota foram baleados durante a fuga
de três assaltantes na esquina da avenida 16 de Novembro com a rua
Senador Manoel Barata, em Belém. Os criminosos haviam cometido um
assalto minutos antes e foram atropelados pelo militar. A mulher, que
era presidente da Associação de Familiares da Polícia Militar, morreu na
hora. O policial permanece internado em estado grave.
Entidades que congregam policiais militares realizaram passeatas na
última sexta-feira durante o velório de Feliciana e estudam uma
paralisação dos policiais em protesto contra a falta de segurança
pública. Outra classe que também vem sendo alvo da violência desenfreada
que atinge o Estado são os advogados. A Ordem dos Advogados do Brasil
Secção Pará (OAB-PA) já registra 12 casos de atentados e ameaças contra
advogados. Muitos deles resultaram em mortes.
Entre as que tiveram a maior repercussão está o assassinato do advogado
Jorge de Araújo Pimentel, morto a tiros junto com o empresário Luciano
Capacio em 2 de março desse ano com uma pistola quando jantavam num
restaurante no centro de Tomé Açu, nordeste do Pará. No dia 15 de
setembro passado o advogado Luigi Vasconcelos Freire, 37 anos, baleado e
morto na frente de casa no bairro de Nazaré, em Belém em plena manhã de
domingo. O caso mais recente foi o assassinato do advogado Dácio Cunha,
ocorrido na última terça-feira à noite em Parauapebas, sul do Pará. Ele
foi assassinado em frente de sua residência enquanto aguardava a
entrega de uma pizza que havia encomendado. Dois homens sem capacete
chegaram em uma motocicleta, dispararam alguns tiros contra ele e
fugiram.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: (Diário do Pará)
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