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FRAUDE – MARLON AMOURY DELEGADO DA ORDEM DOS MÚSICOS É PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL EM MARABÁ

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A Polícia Federal prendeu na noite de sábado (21) o delegado da Ordem dos Músicos do Brasil em Marabá, Marlon Yousseff Amoury de Oliveira, que foi autuado em flagrante no artigo 316 do Código Penal: “Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”. A pena para o crime é de reclusão de dois a oito anos e multa.

Segundo o chefe da Delegacia Regional da Polícia Federal, Antônio Carlos Cunha Sá, o indiciado foi encaminhado ao Centro Regional de Recuperação Marabá (CRRM), de onde saiu no domingo (22), após pagar a fiança de 10 salários mínimos arbitrada pela Justiça Federal em Belém.
Marlon, ou Loco Abreu, como se autodenomina o delegado, foi preso após pegar R$ 1 mil das mãos do promotor de eventos Lindemberg Oliveira, que realizava um show naquele dia nas imediações do ginásio poliesportivo da Folha 16, Núcleo Nova Marabá. "Há bastante tempo a Polícia Federal tem sido procurada por pessoas, principalmente músicos, denunciando cobranças indevidas e achaques realizados pelo indivíduo”, informou o delegado.
Neste sábado, conforme ele, os agentes receberam a informação de que um produtor musical estaria sendo achacado por Marlon. “Ele se diz Delegado Federal da Ordem dos Músicos do Brasil, mas o produtor achava que na verdade ele queria propina porque desenvolveu uma conversa estranha”, disse. Segundo o delegado, inicialmente Marlon informou que a banda possuía sete músicos e que deveriam ser pagos à Ordem R$ 640 por músico, mas cobrou apenas R$ 2.700

“A vítima me disse que havia em torno de sete músicos e, inicialmente já é um valor equivocado o que ele pediu porque o valor que deveria cobrar seria maior. Além disso, após alguma negociação, como me foi relatado, o suspeito deixou por R$ 1 mil e permaneceu ameaçando, dizendo que em uma próxima vez 'embargaria' o evento”.
Marlon marcou de encontrar o promotor próximo ao ginásio, para onde também foi uma equipe da PF descaracterizada. “Os agentes federais foram acionados e à paisana foram ao local, conseguindo flagrar o pedido de propina ou não sei nem do que se pode chamar isso”, comentou o chefe da Delegacia. Assim que o trâmite foi finalizado, a vítima imediatamente apontou onde estaria o envelope com o dinheiro, que foi encontrado em posse de Marlon.
O acusado deverá agora responder ao processo em liberdade. “A gente quer consignar que a PF entende que a atividade dos músicos está inserida no contexto da liberdade de expressão e de livre manifestação do pensamento, que é um direito sagrado e protegido, inclusive, em âmbito constitucional, não havendo qualquer possibilidade de cerceamento ou limitação”, finalizou o delegado.
Lindemberg Oliveira informou à Reportagem que Marlon telefonou para o produtor da banda dizendo que tinha que fazer o acerto das notas contratuais e pedindo R$ 2.700 , mas negociou o valor em R$ 1 mil. “O produtor só pediu pra eu entregar o dinheiro pra ele, foi quando a polícia o prendeu. Ele diz que esse procedimento dele é legal, mas eu acho que não”, afirmou Lindemberg, confirmando que não lhe foi entregue qualquer comprovante do pagamento. A Reportagem também procurou o preso, que afirmou que há guia de recolhimento do imposto, que é paga diretamente para a OMB. “Depois a gente deposita em banco”, afirmou.
Desde que começou a atuar em Marabá, Marlon já teve problemas com músicos e proprietários de bares. Em agosto deste ano chegou a registrar em boletim de ocorrência uma ameaça de morte que teria sido feita por dois músicos durante a cobrança de nota contratual junto ao proprietário do estabelecimento onde os dois tocavam. Até mesmo com o Prefeito da cidade, João Salame, ele se desentendeu em uma rede social.
Segundo o blog de notícias Zeca News, em sua página do Facebook, durante a comemoração do centenário de Marabá, Marlon acusou a Secretaria de Cultura de estar desviando dinheiro público com os shows realizados na cidade e citou o secretário de Cultura, Cláudio Feitosa, como “inimigo número 1 dos músicos” porque estaria trazendo artistas de fora para se apresentarem no município.
Marlon reclamou também, ainda conforme a publicação, de que a Prefeitura e a Secretaria estariam colocando todos contra a OMB, mas o prefeito municipal, que viu a postagem, não gostou do que leu e postou logo abaixo uma frase na qual pedia respeito, reclamando que a denúncia fosse feita formalmente caso houvesse provas e afirmando que as acusações eram levianas. O prefeito afirmou, ainda, que questionaria junto à Justiça a representação do delegado e as taxas cobradas dos músicos locais.
 
 
 
 
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: Jornal Folha do Pará

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