Os dados divulgados pela
Superintendência da Polícia Civil na região do Xingu mostram que o
número de homicídios cresceu nos últimos anos. De janeiro de 2011 até
30 de junho de 2014, ou seja, em três anos e meio, 422 pessoas foram
assassinadas na região do Xingu, sudoeste do estado do Pará.
Altamira foi o município
que registrou o maior aumento. O número saltou de 49 homicídios nos
anos de 2011 e 2012, para 73 em 2013. E até 30 de junho de 2014, já
foram registrados 43 assassinatos, totalizando 215 homicídios em três
anos e meio. “Esse aumento já era esperado. A questão do empreendimento
de Belo Monte foi um dos motivos. O aumento populacional com pessoas
que migraram para o município tentando um emprego e não conseguiram e
entraram na marginalidade. E também alguns que já se deslocaram para o
município com essa intenção”, esclarece o Superintendente da Polícia
Civil na região, delegado Cristiano Marcelo.
O relatório mostra que a
maioria dos homicídios acontece entre as duas e as cinco horas da
madrugada, o que dificultaria encontrar testemunhas para a elucidação
dos crimes. O superintendente também frisa que 95% das vítimas são
homens e estão na chamada “faixa etária de risco”, que vai de 18 a 25
anos. “É aquela idade em que eles acreditam que nada vai acontecer, mas
acabam colocando em risco suas próprias vidas”, explica Cristiano
Marcelo.
O superintendente revela
que a solução de crimes de homicídios em Altamira é bastante elevada,
ficando na faixa de 70%, bem acima da média nacional que é de 42%. “A
maior dificuldade é nesses 30% restantes, que são os chamados crimes de
execução. São geralmente duas pessoas em uma motocicleta, usando
capacetes, que efetuam disparos de armas de fogo contra a sua vítima.
Esses crimes, em razão da lei do silêncio, acabam dificultando achar
testemunhas para depor nos autos do inquérito policial, faltando
materialidade para as investigações”.
Os outros tipos de
crimes que ocorrem com mais frequência são os passionais e as rixas de
bar. Com relação ao tipo de arma, o delegado cita que é praticamente
igual o uso de arma branca e arma de fogo. “Os crimes de execução sempre
são com arma de fogo, devido à celeridade e brevidade do crime, já as
questões que envolvem discussões em bar quase sempre são por meio de
arma branca. Então dos homicídios que nós temos registrado, é quase 50%
entre arma de fogo e arma branca”, frisa.
O superintendente
destaca que a Polícia está fazendo um trabalho diário para diminuir
esses índices de homicídios e chama a atenção para o papel dos
investigadores da Polícia Civil. “As equipes de investigação continuam
fazendo o seu trabalho e tendo um bom aproveitamento, que é de 70%. Um
número bastante significativo de elucidações de crimes”, conclui
Cristiano.
Por Francisco Portela e Edil Aranha
Fonte: http://avozdoxingu.com.br/
0 comentários:
Postar um comentário